Jogo rápido: Bones, Planning For Burial, Charlie XCX.

(Seria impossível resenhar tudo o que eu ouço, não só somente pela relação quantidade x tempo, mas também porque há certos álbuns que não me inspiram a escrever ou que simplesmente não tenho muito o que dizer sobre. Pensando nisso, resolvi fazer um "segmento" de três (ou mais) pequenas resenhas, ou melhor, pareceres sobre alguns lançamentos que andei ouvindo. Provavelmente irá ter umas duas postagens dessa por mês, dependendo do meu tempo e da quantidade de discos novos que me interessem a ponto de eu parar e ouvir.)


Bones - Disgrace


Bones parece se importar mais com a quantidade do que a qualidade de seus trabalhos, basta olhar o número de mixtapes lançadas pelo rapper nos últimos anos. Muitas delas possuem seu charme e uma certa personalidade; o trap com uma veia mais dark é um estilo que ele domina bem, mas seus trabalhos geralmente pecam por se tornarem maçantes e repetitivos durante seu andamento. Disgrace não foge à regra: mesmo com com algumas músicas boas, como "PileOfFlesh" e "TheRoadLessTraveled", o disco simplesmente não consegue tornar-se uma experiência marcante. Disgrace pode até soar agradável em alguns momentos, mas é simplesmente descartável na sua maior parte.  (Seria tão mais fácil filtrar todas as músicas boas de suas melhores mixtapes e criar um bom disco...)

5/10.



Charli XCX - Number 1 Angel


Essa mixtape poderia consolidar as experimentações de Charli com o pessoal da PC Music, mas, ao invés disso, ela confunde mais do que esclarece. Longe de alcançar os mesmos picos de qualidade de Vroom Vroom, seu EP do ano passado, essa mixtape soa bem mais convencional e direcionada a um pop mais "padronizado", por assim dizer. A capacidade de Charli de produzir refrões pegajosos continua presente, mas a produção deixa a desejar, soando bem menos aventureira do que o esperado para um trabalho majoritariamente produzido por A G. Cook, um dos produtores mais criativos da PC Music. Outro ponto negativo são as participações, que são totalmente desnecessárias na maiorias das músicas. Para quem esperava que a mixtape fosse uma sucessão natural de seu trabalho anterior, Number 1 Angel será uma decepção, mesmo contendo algumas faixas empolgantes, como "ILY2" e "Roll With Me". O que nos resta é esperar por seu próximo disco, programado para esse ano ainda.

5.5/10



Planning For Burial - Below the House.



Muito do que faz a música de Plannig For Burial boa é a capacidade de emocionar, de tocar. Seja com primitivismo de Leaving ou a tristeza anestesiante de Desideratum, Thom Wasluck (a mente por trás do projeto) sempre conseguiu criar o tipo de música com a qual me identifico e que por muito tempo sonhei em ouvir: um híbrido de alguns de meus gêneros favoritos, entre eles post-rock, shoegaze e drone, tudo isso envolto numa camada de melancolia honesta e verdadeira. Below the House, seu novo disco, possui momentos de brilhantismo, destaque para suas músicas iniciais, desde a introdutória "Whiskey and Wine", talvez a música mais agressiva composta por Thom desde seu primeiro disco à "Warmth Of You" que é sem dúvidas alguma a melhor música do disco. Porém, em sua segunda parte o álbum perde um pouco sua coesão e em alguns momentos se torna óbvio demais, como na desnecessariamente longa "Dull Knife. Pt II", que aposta num crescendo previsível e sem inspiração. A queda de qualidade em sua segunda metade faz da audição de Below the House uma experiência um tanto desestimulante, tornado difícil uma imersão total no disco. Embora não seja totalmente descartável, falta muito para que Below the House alcance mesmo nível de qualidade seus antecessores.

6/10.

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